segunda-feira, 9 de março de 2015
Vó Tunica
Lembro-me até hoje da minha avó Antônia,
Mãe do meu pai, adorada por minha mãe!
- Meu filho, vai lá na birosca do Seu João Gabriel
E leva sua vó Tunica p'ra casa...
Ela tá bebendo pinga desde cedo!
Minha avó me segurou pelo braço
E fomos subir a ladeira do Largo do Boiadeiro
Com destino à casa dela, na Cidade Nova.
Perto da Padaria do Seu Joaquim, ela grita:
- Corre, Neném, vem aí um caminhão despinguelado!
Eu corri. Ela ficou...
Ligaram para a ambulância vir. Antes ela me falou:
- Avisa lá a sua mãe, anote a placa do caminhão
E pede a ela p'ra jogar no porco,
Na Loteria Federal!
E eu, então, aos risos, contei p'ra minha mãe:
- Mãe, mãe, a vó Tunica foi atropelada!
Ela saiu correndo pela rua, de camisola azul, transparente,
Sem calcinha e sutiã, gritando, com as mãos na cabeça:
- Tunica, Tunica!
Junto comigo, atrás dela, a molecada toda,
Também gritando e rindo:
- Tunica, Tunica!
Minha avó teve as dua pernas quebradas,
Minha mãe jogou no bicho,
E às 18 h deu porco com final 72 na Federal!
Acreis, 09/03/2015 - Sta Cruz/RJ - Chez moi
-
Assinar:
Comentários (Atom)