terça-feira, 12 de novembro de 2013

Eu Sou Um Homem Forte





 Eu sou um homem forte, mas de alma deformada;
sou piedoso comigo...
Bem, você, meu amor, pode até pensar que sou frágil
ou, ao contrário, achar que sou terrível.
Eu sou sério. Sempre sério ao dizer que a amo!

Nossa mesa vivia repleta de prostituição...
Mas hoje, como você mesma pode ver,
existem outros motivos mais agradáveis
para complementar nossas vidas.
Ah, p'ra'quele velho e corrupto Babylon,
Não vou dar-lhe mais armas!

Peço que você trabalhe mais em minha ajuda,
eu, que já bebi absinto, às vezes sinto que você
quer me dar outra garrafa... Mas, deixa p'ra lá!
Saiba, meu amor, que seus serviços são importantes para minha saúde!
Você me pergunta:
- O que devo fazer para você, concretamente?
Quando me ver triste, cure meus suspiros frustrados...
Deite seu corpo calmo e alegre sobre o meu
e toda manhã me traga toalhas limpas...

Poderemos ver vultos através das janelas,
suspeite de tudo, muitos nos têm inveja!
Use vestidos simples, com poucas joias,
e verá que tudo se encaixará perfeitamente.
Infelizmente a dor está de volta.
Minha cabeça vagueia com a multidão
de negros e brancos, no  funeral do rei.

Escute! Você pode! É claro que pode!
Comece desde já a desenhar nesta grande floresta
a base da minha estátua!
Inicia-se o curso da proteção solar,
sua mãe sabe disso, ela me ama,
seus pais são bons para mim...
Não querem que você morra solteira!

Hoje é um grande dia! Estou em pesquisa
sobre a glória da Grécia,
onde muitas famílias souberam viver em paz,
e eu quero isso para beijar seu peito.
É luxo sem manifestação!
Vamos atravessar o grande portão branco,
vestidos com roupões de padres,
pois serei o chefe de todas as províncias!

Mas se você bater em retirada
Quando, de repente, por acaso for por mim pisada?
Eu dificilmente urdiria esbocetos sobre você.
Eu, que vejo em você uma poeta iminente, quase pronta,
no silêncio de uma pomba tímida
que tem um corvo negro sempre em ameaça.

Eu gosto de ser este homem que está a seu lado toda hora,
de ser seu marido, de querer sua alma...
Eu tenho uma coleção de sonhos para você...
Eu sou experiente. Eu sou prático. Eu sou o seu macho!

Acreis, 12/11/2013 - Sta Cruz/RJ - Chez moi
Para Iolanda, mon amour, ma vie!


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Entre Soluços e Suspiros



 Rolar a quedas, sozinho, às quedas, perdendo os dentes,
e na boca a língua feito geleia em grossas gotas de sangue,
gotas dos rolamentos em quedas d'água,
como uma espada em gotas, como um vidro desolador no rio.

Bater no eixo da simetria as costuras da colagem da alma,
quebrando, abandonando as coisas em imersão no escuro.
É apenas um fôlego perdido, porém mais úmido do que o chorar,
um líquido, tipo suor, um óleo sem nome.

Movimentar brusco, tomando espaçamento nas quedas d'água,
em lentas gotas, rumando para o mar de um oceano seco,
sem águas em suas ondas, nem peixes nem sereias,
nem pescadores, um sequer, somente ilhas naufragando.

Ver o extenso verão a sacudir para fora do celeiro
vinícolas, cigarras, populações sem estímulos...
Quartos onde meninas dormem com as mãos sobre seus corações,
sonhando com bandidos, com o fogo que adorna seus corpos.

Pintar navios e árvores sem medulas, com seus mastros e galhos
eriçados como gatos raivosos...
Tintas de sangue, de adagas e meias
sobre o cabelo em chamas de um homem.

Gritar entre as camas de um corredor onde dormem as virgens,
sem seus cobertores, com seus órgãos à mostra, neste hotel,
onde todos os sonhos são furtivos,
onde muitos ali passam seus últimos dias.

Ouvir o que há por detrás do som:
ruídos vermelhos dos ossos rompendo a carne
e pernas amarelas com seus picos,
chegando junto atrozmente com suas pálpebras.

Disparar beijos entre soluços e suspiros,
escutando o mar com a metade da alma,
e a outra metade deitada no chão,
e as duas metades, juntas, olhando o mundo.

Fechar os olhos e cobrir meu coração por completo,
vendo a água cair em sua surdez, em gotas surdas,
como uma cachoeira de esperma e águas-vivas,
em uma curva que nos leva, a prazo, para o fim do arco-íris.

Acreis, 16/05/2010 - Volta Redonda/RJ

domingo, 10 de novembro de 2013

Coração Partido






Que o amor é um fogo ardente, a gente já sabia.
Mas isso era p'ra ser visto antes.
Quando você não consegue evitar
Que sua perda provoque tantos danos
E que não há mais felicidade,
Porque somente há dor em desatino.

Tivemos até toda a boa vontade do mundo!
Andamos juntos e solitários
Numa caminhada sem rumo.
Talvez hoje você congratula-se,
Não sei se satisfeita
Com tudo aquilo que foi perdido.

Quem de nós tomou o poder?
Quem foi vencido ou vencedor?

Você pode tirar do peito o que lhe causa dor...
Tentar amar como se tudo fosse a mesma coisa...
De nada adiantará,
Pois sua alma reflete um coração partido!


Acreis, 10/11/2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O Amor e o Futebol


"O amor ou o futebol?"


















  Quem, eu lhe pergunto, é mais falso: o amor ou o futebol?
  Para mim os dois são desconhecidos, por isso inúteis,
  Ingratos e ao mesmo tempo fascinantes!
  Você poderia razoavelmente achar qu'eu estou sendo
   Áspero e duro, principalmente com o amor,
   Que, por questão de ética, é de sabor suave, doce.
   Mas nunca confie em ninguém categoricamente,
   Porque no futebol a ganância é cega!
   É divergente entre deuses e homens!
   Eu vim por amor do mal, se houver,
   Na precisão da imagem eletrônica.
   Mas quero mostrar ao mundo, a partir da loucura do amor,
   Que todo mal é bom
   E o futebol faz parte de uma gestão integrada!

Acreis, 08/11/2013 - Sta Cruz/RJ - Chez moi

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Diga-me









                                              Diga-me, por favor, ó minha amada
                                    Não esconda a fim de me poupar do meu destino
                                              Pois já senti no peito a dor minha
                                    Que tenho desde as profundezas da vida

                                              Eu vi em um espelho um ente bêbado
                                              Um coração partido exibindo
                                     Que não mais brilha nem palpita
                                     Por amor de um amor aventureiro

                                              Pensamento negro que se queda
                                              Sem fé, sem quimeras, sem ternura
                                              Corpo coberto de tortura e morte

                                    Mas ainda chamo seu nome em um desejo estranho
                                              Por seu amor em toda sua formosura
     Das montanhas suas águas cristalinas para banhar e curar minhas feridas


Acreis,  07/11/2013 – Santa Cruz/RJ
Para Iolanda, minha vida, meu amor

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Hoje Caminho Mais Lentamente




"Com seus cabelos dourados, cor de cerveja..."

Hoje caminho mais lentamente, sem chiar
E sempre paro em portas de livrarias
Onde espero a tempestade da ironia passar
E mal consigo ver sair do chão a sombra sob a luz
Chuva, chuva ameaçadora
Saiba que eu sou o bem da Igreja
Você não incidirá sobre a viúva negra
Com seus cabelos dourados, cor de cerveja

Pobres pessoas que se estimulam
Maravilhosas e semelhantes
Mas não existe razão
Lendo isto eu entendo que tudo é contraste
Estou à procura de uma alta resistência
Querendo ver os resultados da oração e do amor
Mas parece que sou cego
E nem de binóculos enxergo meus desafios

Para medir o luxo de qualquer organização
Tenho que ter delicados sentimentos de autoconfiança
Mas fiquei obedientemente sem espaço
Tentando provar para mim que não há medo
Mas de longe ou de perto me vejo pobre, triste
Andando pelas ruas vazio de mim
Com esta fraca alma sem forma
Descalça ou de sapatos velhos

Mas nem sempre procuro me esquecer
Descendo a rua onde sei que há buracos
Levando nas costas o peso do que fui
E um arco-íris de luz roxa
Nunca escutei o que agora nem faço ideia
Nem algodão suave, nem brisa fria
Tampouco a encantadora curva da vida
Que para muitos é quase resignação

Mas ainda tenho bons pressentimentos
Arrepios percorrem o meu corpo
E minha visão é de um filme claramente doce
Acho que vou espalhar meus projetos de fantasia
Por isso escrevo à minha maneira
Da mesma forma que a natureza

Acreis, 06/11/2013 – Centro de Sta Cruz/RJ

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Mais Nada




"Nunca mais pinte a sua boca com a cor da minha..."

Já cortei muitos galhos na floresta de nossas vidas.
O que sinto é muita sede.
Trago lábios e garganta ressecados.
Talvez a voz da chuva
Torne-se para mim apenas sussurros.
Tenho no peito um coração partido
E no dedo um anel quebrado.
Parece-me que até agora não consigo me encontrar.
Talvez esteja escondido em um cobertor sob a noite.
Estou com deficiência auditiva
Porque sinto uma grande queda de emoção
No tom da sua voz.
Folhas e sombra entreabertas
Compõem meu sonho sem flores.
Não há mais louvores em minha boca,
O que há, por culpa minha,
É o que de repente não perguntei.
Decido, como uma criança,
A perseguir o cheiro
De todos os corações perdidos.
Mas tive que parar, errante,
Porque não iria gostar dos resultados.
Não quero mencionar, portanto, mais nada!
Nunca mais pinte a sua boca com a cor da minha.
Tudo o que já dissemos nos levou a lugar nenhum.
Não há mais saídas.
Não há mais nada!

Acreis, 05/11/2013 - Sta Cruz/RJ

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Lágrimas

São nos seus cânticos qu'eu escondo minhas lágrimas!
Muito chorei, muito.
Gestos e desespero desabridos...
Minhas lágrimas brilhavam como pérolas!
Você é o meu amor sagrado
Em toda sua serenidade.
Meus soluços você os cessou com seu perfume,
Novamente com seus cânticos, risos e alegria!
Você me disse:
- Secarei seus olhos para sempre.
Em sua tristeza vou produzir uma explosão!
Mas somente esta noite, meu amor,
Chore o tanto que puder,
Pois quero banhar-me pela derradeira vez
No mar de suas lágrimas repletas de adeus!


Acreis, 04/11/2013 - Sta Cruz/RJ

sábado, 2 de novembro de 2013

Outono Sem Nuvens



"Não desisti da minha vida"
Por que eu era um erro
E só agora que sinto?
Eu perdi. Você perdeu.
Eu saí da sua vida
Quando você ainda era
Uma Estrela!
Foi um sonho louco!

Não desisti da minha vida...
Eu espero atravessar a ponte,
Sempre.
Até ontem, ontem,
Pensava em me matar...
O que não sinto mais hoje
Nem amanhã.

Muitas lembranças desapareceram,
Sinto que mudei.
Você agora é outra pessoa.
Não se abisma em querer o que quer.

Pássaros grandes e amarelos
Invadem o meu céu.
Agora aproveite e retire
Os meus sonhos dos seus céus!

Pelo amor do amante que um dia fui
Eu chamo somente por mim.
Não sou mais aquele amante inconstante
Que você deixou...
Eu não me sinto em impasse.
Tenho outros planos...

Se você se olhar no espelho,
Me desculpe,
Eu acho que não vai se ver.
E lhe digo:
Não há mais volta!
Não há nada mais para mim!

Eu diria que a vida,
E a quase morte da minha vida,
Felizmente,
Advertiram-me a tempo.

O que vivo hoje não é mais um sonho
E está longe, bem longe,
O último dia de minha vida!

Você pode até dizer,
Ou pensar:
Sinto muito por fazê-lo sonhar,
Ó pobre rapaz!
Ah, minha cara, eu nada perdi...
Tenho n'alma outras configurações.
Como você não pode mais ver,
Somente uma dica lhe dou:
Não sou mais como era.
Já não vivo sem dormir
E nem durmo mais bêbado.

Hoje quem lhe imagina sou eu,
Alma dormente e intrusiva,
Envolta em um outono sem nuvens,
Em falsas gargalhadas!


Acreis, 02/11/2013 - Sta Cruz
Chez moi

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Grande é o Senhor


"Nada contem a seus filhos..."

Grande é o Senhor
Se você já viu a Sua luz, ou pelo menos o tom dela
Pode orgulhosamente dizer
Grande é o Senhor

 Nós ainda não sabemos como se dá a nossa relação com o Líder
Docilmente Grande
Sob a minha estante há uma pele de tigre
Que em Bengala mordeu a minha amante, matando-a
Bem, eu estava caçando com ela
Quando na mata dois olhos começaram a brilhar, vindo em nossa direção
E não tive como salvá-la, no que foi arrastada pela fera para o interior da selva
Pouco tempo depois ele retorna para mim, no que foi prontamente abatido

 Fechem seus olhos, nada contem a seus filhos
Pois todos estamos envolvidos no vórtice das alucinações
Há vilões sob nossos travesseiros
Mas há também a brisa envolta em uma borracha branca

Como um chapéu ou uma imagem de uma redefinição
Eu quero crescer
E para manter o dólar furiosamente na calçada, com suas convulsões
É preciso fechar a sua garganta para que tenha febre
Tornar sua visão turva, para não tê-lo uniforme, escuro e mau
Hoje estou mais feliz por ter mais voluntários
Porque Grande é o Senhor
Independentemente do meu futuro e da minha veia profética

O  Capitão, mesmo sem um sorriso
A maioria de vocês prometeu salvar
 Jamais iremos servir de refeição a besta nenhuma nesta bela floresta
De localização boa e uniforme
E todo o nosso dinheiro será revertido
Em favor de uma causa nobre e bela
Porque Grande é o Senhor


Acreis, 01/11/2013, Pedra de Guaratiba/RJ

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