domingo, 30 de junho de 2013
ROSI E MARI
Ah! Eu tenho mil amores
por dois amores que tenho
Rosimere e Marisa
e delas não me abstenho!
(Rosi rimo com rosas
e Mari rimo com brisa!)
Rosimere é minha mulher
Marisa é quase esposa
uma é faca, outra colher
mas quem delas pra mim posa?
Eu, bom amante que sou,
faço meus versos só pra elas
só não falo da noite que passou
(amor, amor, amor à luz de velas!)
Acreis, 26/06/2013
Pedra de Guaratiba/Brisa/RJ
Para o meu amigo Toni
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Quando Conheci O Meu Amor
Quando conheci o meu amor,
na 1ª semana de julho,
vieram as chuvas.
Os dias eram curtos.
Eu estava tolhido de reumatismo.
Mas ela me fez tanta festa!
Eu não queria mais gente no segredo.
Minha tia, que era parteira, disse, a tremer:
- Dela não tenho o que falar!
Eu sei é que os padres andavam pelas ruas
e no meu coração batia intolerável palpitação...
Casei-me com ela!
Adiante, passava os dias cravado com ela
na janela,
encantado com a beleza do seu corpo
olhado pela vidraça.
Depois de uma saudade indefinida
veio-me um desejo furioso,
no que a amei de bruços
em uma noite inerte!
Acreis, 25/06/2013, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda Gomes
sábado, 22 de junho de 2013
És Tu, Meu Filho, Quem Estás Nas Ruas?
És tu, meu filho, quem estás nas ruas,
andando, gritando, junto à turbamulta,
deixando em casa tua mãe enferma,
quase morta no quarto,
quase amiga da morte,
presa à imagem antiga
dum Cristo crucificado?
Ajoelho ao pé da cama
e em orações te peço:
volte para casa!
Afaste-se do tique-tique das botinas
e do ruído das saias engomadas!
Tua mãe ainda é sã!
Embora viúva aos 43 anos,
abastada senhora
querendo conservar-te em casa,
com escrúpulos,
a vigiar tua educação.
Mas, ó meu filho,
se é vontade tua,
continue nas ruas
com tua cara pintada,
com tuas imagens coloridas
e tua barba de cor ardente!
Conservar-te indolente
carregando teus cartazes
onde se lê o que se vê,
tua indignação com os custos
da vida rapariga que vivemos!
Vais, junto com o povo,
lavar a louça suja desse Brasil
que cheira rapé em caixa de ouro!
Acreis, 21/06/2013, Sta Cruz/RJ
(chez moi)
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Rude Doçura
Ah, quem me telefonaria
A essas horas,
Senão o puro orvalho
Em carruagem de cristal!
Serão as pombas
Que carregam
O céu nas asas?
Ou quem sabe
Um filho que não tive
Que seja um antepassado
Poeta?
Qualquer gente:
Formiga carregando piano,
Grilos carregadores
De pedras...
Todos, menos ela!
Telefonam embrulhos,
Telefonam lamentos,
Mas nenhum som da voz dela!
Nem mesmo um
"Olá, como vai?"
Para saudar o ciclo das flores
Que se fecha...
Acreis, 11/12/2004, RJ
Coração Bobo

Você pegou a chave do meu coração,
abriu, e dentro dele deu um passeio.
Depois descobriu, com os dedos,
que seu mecanismo, para abrir,
é suave: não precisa de chave!
Você sabe agora o que o meu coração,
há muito, esperava.
Tão perto da verdade,
com sua curiosidade,
dele você tomou conta!
Acreis, 05/09/2010, Madureira/RJ
P/ Iolanda, meu amor!
domingo, 16 de junho de 2013
Minha Amada
Quando bati as botas
Ninguém me lamentou
E foi pouca gente
Ao meu enterro.
Mas por lá
Apareceu a minha amada
Com seu enorme
Guarda-sol vermelho,
Onde recitou
Versos de Ovídio
E suas alusões mitológicas.
Dias depois do meu enterro
Apareci errando pelas praças.
Minha casa fora vendida
E meu cachorro, abandonado,
Gemia com sua fome pelas ruas.
Mas por lá
Apareceu a minha amada,
Ao pé da ponte,
Um pouco à beira do rio,
Pedindo-me de aluguer
Uma casa, bem situada,
De preferência com todos os móveis!
Ela também havia morrido
Disseram-me que de paixão...
Deitou-se comigo
Em um gramado azul
Ao redor de um chafariz
Mostrando-me seu ventre nu.
A noite cerrara.
Em redor da praça outros dormiam,
Alguns sentados
À luz triste dos candeeiros...
Sentíamos o cheiro do petróleo,
Enquanto o sino da Sé
Batia pausadamente
O toque dos espíritos.
Acreis, 16/06/2013, Sta Cruz/RJ
À minha amada, Iolanda,
avec amour!
sábado, 15 de junho de 2013
O Penúltimo Dos Moicanos ou O Penúltimo
Ontem à noite fui às compras:
Na feira comprei mil sorrisos,
Beijos roubados
E sonhos de Aladim...
Mas, pobre de mim,
Faltaram-me tostões,
Míseros tostões,
Para a roupagem de Moicano...
Porém, tresloucado que sou,
Surrupiei a peruca de Dona Álvara,
Aquela mesma que, às madrugadas,
Adentra-me os sonhos...
Assisti a filmes ótimos, chanchadas
E a outras coreografias,
Do tipo Circo du Soleil...
Fui às montanhas
Onde chifrudos obesos
Bebiam vinho
E vomitavam caramujos,
Tudo porque, todos sabem,
O bom da arte
É não sobrar porra nenhuma...
Viva a soberania!
Viva a Corte Ministerial!
Três vivas às mulheres nuas!
Viva a minha morte triunfal!
Acreis, 09/03/2010
Sta Cruz/RJ
AVENTURAS
Não tenho culpa de ter
nascido pelado e hoje estar
vestido com as roupas
da luxúria.
Se meus beijos hoje são
mais ardentes que outrora
e minha vida ser mais
porvindoura.
O que fizestes, Adelaide,
às ondas da nau
que o vento levou,
a não ser choramingar
falsas jóias
e mentirosas aventuras?
Não foi Ulisses aquele
que não se deitou
aos cantos das sereias?
Não foi Dirceu aquele
quem se rendeu
aos encantos de Marília?
Assim eu vou, Adelaide,
brincando de amarelinha,
jogando a casca de banana
depois da linha!
Acreis, 09/03/2010
Sta Cruz/RJ
quarta-feira, 12 de junho de 2013
sábado, 8 de junho de 2013
Arco-Íris
O Arco-Íris é sempre íris no céu,
Por entre nuvens no paraíso.
Em toda a atmosfera,
Navegando em suas caravelas.
Cartazes se espalham no mundo
E todas as geringonças que existem
Provam que o Arco-Íris é o eterno capacitor
No qual as cores murmuram corações.
É esplendoroso o amor,
Que planta lírios em nossas roupas,
No santuário de nossas almas,
Com fé, sorriso e cor.
A amizade das cores com o Arco-Íris
É o sonho que trazemos de criança
Que lucidamente
Carregamos para o resto da vida.
Acreis, 08/06/2013, V. Redonda /RJ
Com a colaboração de Iolanda
e Paulo Reis.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Tarde quente
"...de ficarmos à sombra de uma árvore..."
Foi numa tarde quente
que tivemos a sorte
de ficarmos à sombra de uma árvore,
embaixo de uma amendoeira.
A minha vontade era de deslizar
como um gato,
e, levando você,
sumir sem ser visto.
Peguei a mania de monologar,
simples jogo da minha imaginação,
uma brincadeira,
uma fantasia que me diverte.
De vez em quando resmungo palavras indistintas.
Tenho planos arriscados,
coisas de nada, distração à toa
que tivemos a sorte
de ficarmos à sombra de uma árvore,
embaixo de uma amendoeira.
A minha vontade era de deslizar
como um gato,
e, levando você,
sumir sem ser visto.
Peguei a mania de monologar,
simples jogo da minha imaginação,
uma brincadeira,
uma fantasia que me diverte.
De vez em quando resmungo palavras indistintas.
Tenho planos arriscados,
coisas de nada, distração à toa
coisas que me interessam.
Não vou longe.
É ilusória minha ousadia.
Em ruas estreitas e escuras
passeiam prostitutas disfarçadas.
Penso sem querer que sou ex-soldado alemão
e lhe pego no colo,
sentindo seus nervos sensibilíssimos.
E você me olha com seus olhos estranhos,
querendo obter de mim juros de mais de mês,
de um amor que herdei dentro em pouco.
Não vou longe.
É ilusória minha ousadia.
Em ruas estreitas e escuras
passeiam prostitutas disfarçadas.
Penso sem querer que sou ex-soldado alemão
e lhe pego no colo,
sentindo seus nervos sensibilíssimos.
E você me olha com seus olhos estranhos,
querendo obter de mim juros de mais de mês,
de um amor que herdei dentro em pouco.
Acreis,28/12/2010,Madureira/R J
segunda-feira, 3 de junho de 2013
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