sexta-feira, 29 de março de 2013

ESSA MANHÃ É DE SAUDADES


"de chegar no perfume apaixonado de uma flor..."


ESSA MANHÃ É DE SAUDADE
DE CHEGAR NO PERFUME
APAIXONADO DE UMA FLOR.
É COM MUITA CALMA
QUE ESSE PERFUME VAI TOMANDO
TODO O TEU CORPO, AQUECENDO,
PREPARANDO-O PARA SACIAR
A MINHA SAUDADE.
GOSTO DE VERSOS ESTRANHOS:
AMO-TE COMO SE FOSSE A TUA MÃE,
SOB O LUAR VERMELHO
E OS RISOS DE JESUS!
QUERO CHEGAR POR ENTRE
AS LUZES FRIAS E ACHAR O TEU CORAÇÃO,
O TEU OLHAR DE VINHO,
SEMPRE NO PERFUME DA SAUDADE...
QUE MINHAS MÃOS SEJAM BRANDAS,
QUE MEU OLHAR SEJA CARÍCIA
E MEUS BEIJOS PÉTALAS DE LIS...

A.C. 05/10/2010

segunda-feira, 25 de março de 2013

Nesse Imenso Salão



Meu amor, não me deixes aqui sozinho
Nesse imenso salão.
Esqueças tu,
Esqueço eu,
De tudo, de tudo.
De tudo que possa  ser esquecido!
As horas que fugiram no tempo!
Nossos mal-entendidos!
Nossas perdas de tempo!

Esqueças aquelas horas
Que, às vezes, morto a tiros,
Magoei teu coração.

Meu amor, não me deixes aqui sozinho
Nesse imenso salão.
Eu vou te dar os pingos da chuva
Onde em outros lugares não choveu.
Vou cavar minha sepultura
Para tu, somente tu,
Cobrir o meu corpo,
Para te ver chorar lágrimas de ouro e luz!
Vamos viver em um campo
Onde serei teu rei
E tu minha rainha.

Meu amor, não me deixes aqui sozinho
Nesse imenso salão.
Vamos subir novamente no antigo vulcão,
Andar pelas terras queimadas
No mês de abril,
Sob um céu em chamas de branco e preto,
Onde as nuvens não se cansam de nos abraçar!
Vamos ficar ali escondidos,
E quero somente te ver dançando, sorrindo,
E quero somente te ouvir cantando, rindo!
Tu serás para sempre a minha sombra...
E eu serei, à sombra, o teu cão.

Não me deixes aqui sozinho
Nesse imenso salão!

Acreis, 25/03/2013 - Sta Cruz (chez moi)
Para Iolanda.

Noite



    " e outra vez a beijo de forma mais platônica "  

Enxugo suas lágrimas com minhas mãos livres
e repouso sua face no meu colo.
Murmuro palavras suaves no seu ouvido
e beijo seus olhos.
A noite segue agitada, excessivamente agitada para uma noite.
Pequenos feixes de luz eclodem na escuridão sobre nossos rostos.
Seu frágil coração se parte em milhões de pedaços,
mas caço cada um deles e os coloco na minha boca.
Novamente um estrondo.
Nenhum de nós nada falou,
apenas nos abraçamos apertadamente,
e outra vez a beijo de forma mais platônica.

Acreis

Centro, 28/05/12, para Iolanda, com amor.

quinta-feira, 21 de março de 2013

FOI DEUS (Emílio Santiago )



Não sei
Não sabe ninguém
Porque canto fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E nesse tormento
Todo o sofrimento
Eu sinto que alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi Deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou a rosa
Deu ouro ao sol
E prata ao luar
Foi Deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Pôs estrelas no céu
Fez o espaço sem fim
Deu luto às andorinhas
Ai
Deu-me esta voz a mim
Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade e ternura
Ou talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando
Se tenho um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor
Foi Deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E pôs o azul
Nas ondas do mar
Foi Deuss
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores a primavera
Aiiiiiiiiii
Deu-me esta voz a mim

sábado, 16 de março de 2013

TANTO AMOR!



UMA ILHA NUM MAR DISTANTE
UM INSTANTE
PARA O AMOR
QUALQUER BRILHANTE
NO MAR
APARECERÁ
NOS PEIXES
AURILUZENTES
NOS FEIXES
DE LUZ DO SOL
NO ARREBOL
EM PLENO ARDOR

É claro que te amo!
Te amo sem churumelas,
Sem as querelas do falso amor.

Te amo  porque te amo
E isso é tudo,
Isso é tudo que amo!
.
Já disse isso em outro poema!

Por favor,
Não deixe que a tinta
Da minha caneta
Se acabe
Sem que você saiba
Que no meu peito
Não cabe
Tanto amor!

Acreis, 16/03/2013
Sta |Cruz (chez moi)

Para Iolanda, sempre.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Romance sonâmbulo


 Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.

Verde que te quero verde.

Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.

Mas quem virá? E por onde?...

Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
— Compadre, dou meu cavalo
em troca de sua casa,
o arreio por seu espelho,
a faca por sua manta.
Compadre, venho sangrando
desde as passagens de Cabra.
— Se pudesse, meu mocinho,
esse negócio eu fechava.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Compadre, quero morrer
com decência, em minha cama.
De ferro, se for possível,
e com lençóis de cambraia.
Não vês que enorme ferida
vai de meu peito à garganta?
— Trezentas rosas morenas
traz tua camisa branca.
Ressuma teu sangue e cheira
em redor de tua faixa.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Que eu possa subir ao menos
até às altas varandas.
Que eu possa subir! que o possa
até às verdes varandas.
As balaustradas da lua
por onde retumba a água.

Já sobem os dois compadres

até às altas varandas.
Deixando um rastro de sangue.
Deixando um rastro de lágrimas.
Tremiam pelos telhados
pequenos faróis de lata.
Mil pandeiros de cristal
feriam a madrugada.

Verde que te quero verde,

verde vento, verdes ramas.
Os dois compadres subiram.
O vasto vento deixava
na boca um gosto esquisito
de menta, fel e alfavaca.
— Que é dela, compadre, dize-me
que é de tua filha amarga?
— Quantas vezes te esperou!
Quantas vezes te esperara,
rosto fresco, negras tranças,
aqui na verde varanda!

Sobre a face da cisterna

balançava-se a gitana.
Verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Ponta gelada de lua
sustenta-a por cima da água.
A noite se fez tão íntima
como uma pequena praça.
Lá fora, à porta, golpeando,
guardas-civis na cachaça.
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar.
E o cavalo na montanha.

Federico Garcia Lorca
 nasceu na região de Granada, na Espanha, em 05 de junho de 1898, e faleceu nos arredores de Granada no dia 19 de agosto de 1936, assassinado pelos "Nacionalistas". Nessa ocasião o general Franco dava início à guerra civil espanhola. Apesar de nunca ter sido comunista - apenas um socialista convicto que havia tomado posição a favor da República - Lorca, então com 38 anos, foi preso por um deputado católico direitista que justificou sua prisão sob a alegação de que ele era "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver." Avesso à violência, o poeta, como homossexual que era, sabia muito bem o quanto era doloroso sentir-se ameaçado e perseguido. Nessa época, suas peças teatrais "A casa de Bernarda Alba", "Yerma", "Bodas de sangue", "Dona Rosita, a solteira" e outras, eram encenadas com sucesso. Sua execução, com um tiro na nuca, teve repercussão mundial.

A poesia acima foi extraída de sua "
Antologia Poética", Editora Leitura S. A. - Rio de Janeiro, 1966, pág. 53, tradução e seleção de Afonso Felix de Sousa.

Sou Bobo Por Ela



Eu sou bobo
Pelo meu amor faço tudo
Sou bobo por ela

Falo errado
Tropeço as pernas
Gaguejo
Sou bobo por ela

Pelo meu amor faço tudo
Pago mico
Erro as contas
Esqueço os óculos
Fico parado na rua

Pelo meu amor faço tudo
Canto sem música
Danço sozinho
Sou bobo por ela

Pelo meu amor faço tudo
Estudo espanhol
Faço cursinho
E talvez passe
No vestibluar de educação sexual

Acreis, 07/03/2013 - Sta Cruz/RJ
Para Iolanda

quarta-feira, 6 de março de 2013

Something (Beatles)



Something

Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me
I don't want to leave her now
You know I believe and how

Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know

Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

Algo

Algo no jeito que ela se move que
Me atrai como nenhum outro amor
Algo no jeito com que ela me convence

Não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito

Em algum lugar em seu sorriso ela sabe
Que não preciso de outro amor
Algo em seu estilo que me mostra

Não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito

Você me pergunta se meu amor vai crescer
Não sei, não sei
Fique por perto e você verá
Não sei, não sei

Alguma coisa no jeito que ela entende
E tudo que tenho que fazer é pensar nela
Algo nas coisas que ela me mostra

Não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito

segunda-feira, 4 de março de 2013

Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Moi je t'offrirai
Des perles et des pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te racontrai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

sábado, 2 de março de 2013

ROSA


Composição: Pixinguinha e Otávio de Souza


Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer

sexta-feira, 1 de março de 2013

poemas , etc.: Súbita Pressão

poemas , etc.: Súbita Pressão: "esquecendo a própria existência.." Você vem a mim fraca de gratidão fecha os olhos e respira fundo esquecendo a própria e...

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