"quem descreve algo deve despir-se das vicissitudes..."
A autêntica imagem do que era uma exceção
vincula-se sob suspeita.
Tenho por costume ilustrar a existência do que é efêmero,
Não de tudo que existe,
mas daquilo se expressa como virtude.
Se eu negasse o caráter afetuoso de qualquer encanto, seria o pioneiro nessa arte.
Mas há, sempre, algo de digno na prudência,
em qualquer época,
Nas evocações das almas,
nas incorporações das personagens,
ou em simples gestos.
Sobremaneira, o que procuro aprimorar
é o teor do que é valioso,
como o clima de uma cena,
A forma como se escreve coisas íntimas,
prestigiando o que não foi estimado,
Superando o que ainda não foi imaginado nem sabido.
Sempre, com vigor incomum,
quem descreve algo deve despir-se das vicissitudes,
Transitando entre o verossímil e o encantado,
Desconhecendo o que sabe,
ousando encantar-se,
sem magoar o que se manifesta.
Não há fórmulas.
O que há é a imorredoura paixão, esplêndida,
presente sempre que é chamada,
Sem qualquer insistência,
avaliando o momento do afeto, somente.
Tem ainda os rituais,
de maneira tal que,
agraciados, tornam-se verdadeiros,
Para revelarem vínculos sentimentais,
Incorporados a encantamentos.
Há diversas razões para se buscar o deleite:
Afugentar o que não se conduz,
de fato;
desfrutar o adequado
e adequar-se ao estimado.
Acreis, 21/11/2010."