sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
POESIA
"Fazendo do real uma realidade lúdica..."
Lastreada na embriaguez, mais além do bem e do mal,Fazendo do real uma realidade lúdica , no fluxo das coisas.
A vida e a morte são irmãs gêmeas, luz e sombra.
Na contradição do infinito, tudo se resume num conceito trágico,
No curso da vida, como um sonho de pedras, num trem que pula sem parar.
O mundo dos sonhos -que pudesse prendê-la inteiramente.
O valoroso lançar-se às cegas, numa empreitada audaciosa,
Na cólera, no amor, no respeito, no agradecimento e na vingança.
Reúne tudo o que há de mais arcaico, que não se acaba, visto nunca ter fim.
Desaparece a esperança, a jovialidade, a felicidade...
Mesmo ao preço de sua carne e de sua dor, ao princípio do prazer, na força do espírito
E nas condições da vida.
Acreis, 17/12/2012, Belford Roxo/RJ
POESIA
POESIA
Lastreada na embriaguez, mais além do bem e do mal,
Fazendo do real uma realidade lúdica, no fluxo das coisas.
A vida e a morte são irmãs gêmeas, luz e sombra.
Na contradição do infinito, tudo se resume num conceito
trágico,
No curso da vida, como um sonho de pedras, num trem que pula
sem parar.
O mundo dos sonhos -que pudesse prendê-la inteiramente.
O valoroso lançar-se às cegas, numa empreitada audaciosa,
Na cólera, no amor, no respeito, no agradecimento e na vingança.
Reúne tudo o que há de mais arcaico, que não se acaba, visto
nunca ter fim.
Desaparece a esperança, a jovialidade, a felicidade...
Mesmo ao preço de sua carne e de sua dor, ao princípio do
prazer, na força do espírito
E nas condições da vida.
Acreis, 17/12/2012, Belford Roxo/RJ
(às 02h40)
domingo, 16 de dezembro de 2012
LA VIE EN ROSE (GRACE JONES )
==
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E COM EDITH PIAF
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Amar (por Florbela Espanca )
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui…além…
mais este e aquele, o outro e toda a gente..
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
durante a vida inteira é porque mente.
Há uma primavera em cada vida:
é preciso cantá-la assim florida,
pois se Deus nos deu voz foi prá cantar
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
que seja minha noite uma alvorada,
que me saiba perder…prá me encontrar…
domingo, 2 de dezembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
| Todas as cartas de amor são
Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas. (Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas.) |
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
sábado, 10 de novembro de 2012
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade, in 'O Corpo'
sábado, 27 de outubro de 2012
Masmorra
" Que eu morra assim ,de madrugada..."
Santo Antônio do Morro
Me socorra
Antes que eu morra
Nossa Senhora do Socorro
No pé do morro
Peça por mim
Antes que eu morra
Mas se tiver que morrer
Que eu morra assim
Na masmorra
Dos braços de minha amada
Que eu morra assim
De madrugada
Na masmorra
Dos braços de minha amada
Acreis, 25/10/2012, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda, avec amour.
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
Semilouca, Você Me Sorri
"Totalmente louca, você me sorri ..."
Semilouca, você me sorri
E o meu sorriso de aceitação
Fica preso em seus lábios.
Agradável deslize...
Minha maneira de expressar sentimentos!
Vivo me escondendo novamente em cavernas,
Estranha escuridão que me deixa contente.
Você se aproxima e eu volto a respirar meigamente.
Acreis, 17/09/2012, Sta Cruz/RJ
terça-feira, 2 de outubro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Primeira Vez
"O que resta de mim exige espaço mais que suficiente..."
Murmuro palavras doces em sua boca
Nesse nosso encontro da primeira vez
Acaricio seu umbigo com minha língua
Sem afetar o seu sentimento
Meu corpo todo treme
E temo exatamente o que irá acontecer
O que resta de mim
Exige espaço mais que suficiente
Exige chão de pedras
Mas não em demasia
Acostumei-me a me encaixar assim
Preenchendo aos poucos o que lhe é agradável
Não peço desculpas
Para conviver sua intimidade
Minhas expressões são sinceras
E então aproveito o nosso momento
Há tempo que não amo assim
De deixar o amor fatigado
É sempre intenso o meu amor
A ponto de dormir em seus braços
Meus desejos são suaves
Vícios que tenho desde pequenino
Acreis, 29/09/2012, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda, meu amor.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
WOOLF
"Meu nome é Virgínia..."

Meu nome é Virgínia.
Meu nome é Orlando.
Tenho 400 anos,
Por enquanto.
Sou bela.
Sou belo.
Instintos tenho,
Extintos nenhum.
Sou homem-mulher,
Garfo e colher,
Faca e facão,
Sal e açúcar,
Coisa que dói,
Mas não machuca.
Íngua no saco,
Língua na vagina,
Tudo de bom,
Tudo de mal,
Que se imagina.
Sou trevo de mil folhas,
Descoberto em Minas,
Adoro meninos
E meninas.
Sou da terra o sumo,
Pronto e pronta
Pro consumo,
Mercadoria barata,
Valho mais do que ouro,
Valho mais do que prata.
Acreis, Sta Cruz/RJ
26//09/2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Minha Bem-Querida
"Minha alma é tua,.."
Minha bem-querida,
Para mim tu és
A coisa mais bela
Deste mundo.
Difícil é te compreender
Toda.
Fácil é te ceder
Meu coração.
Quando nos banhamos,
Nossos suores
Nos fazem tremer,
E logo ficamos verdes
Como as ervas,
E meus olhos
Deixam de enxergar.
Adorar-te-ei
No sacrifício
Dos meus pensamentos,
Toda a tua formosura,
Com tudo quanto sinto
Para adorar-te.
O meu amor por ti,
Doce e sublime,
De novo me socorre.
Tento lutar,
Mas contra o meu amor por ti,
É impossível.
Se tu fosses criança,
Eu seria a tua mãe.
Minha alma é tua,
Pois algo me diz
Que sem teu amor
Eu não posso viver!
Acreis, 22/09/2012, Sta Cruz/RJ
Para minha primavera, Iolanda.
Minha bem-querida,
Para mim tu és
A coisa mais bela
Deste mundo.
Difícil é te compreender
Toda.
Fácil é te ceder
Meu coração.
Quando nos banhamos,
Nossos suores
Nos fazem tremer,
E logo ficamos verdes
Como as ervas,
E meus olhos
Deixam de enxergar.
Adorar-te-ei
No sacrifício
Dos meus pensamentos,
Toda a tua formosura,
Com tudo quanto sinto
Para adorar-te.
O meu amor por ti,
Doce e sublime,
De novo me socorre.
Tento lutar,
Mas contra o meu amor por ti,
É impossível.
Se tu fosses criança,
Eu seria a tua mãe.
Minha alma é tua,
Pois algo me diz
Que sem teu amor
Eu não posso viver!
Acreis, 22/09/2012, Sta Cruz/RJ
Para minha primavera, Iolanda.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
AMALGAMADAS
"São bonitas e eu as conheço! "
São almas?
Sim, mas são amigas!
Não endendo direito...
Observe.
Se preciso, o dia inteiro,
Até anoitecer.
Fique sobre meus ombros,
Mas não pule a janela!
Não fique com medo,
Pois elas estão quietas.
Não estremeça,
Lembre-se de uma coisa boa
Mais recente.
Fique mais à vontade.
Coloque sua mão nos rostos delas.
São bonitas!
Eu as conheço?
Não soluce e nem chore novamente.
O que sabe sobre as almas?
São bonitas e eu as conheço!
E são elas que nos levarão à saída maior...
É certo que não precisaremos
Voltar para aquele buraco.
Pronto, pronto.
Conseguimos nos controlar
Mais rapidamente desta vez!
Acreis, Sta Cruz/RJ, 20/09/2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Entendemos O Porquê
" tudo isso é fruto da nossa imaginação..."
Assumo o controle, cerrando os dentes.
Mas é claro! Passamos muito tempo juntos. Faço o que os outros homens fazem:
Finjo andar despreparado.
Você pensa assim:
Vai ser muito mais fácil se ele estiver despreparado.
Dê-me mais uma vez o seu tratamento de silêncio.
Encaixa bem, eu acho.Não duvido que você venha a brandir bandeiras por mim,
Quando chegar em casa, às vezes.
Há mais de uma semana ou duas
Que eu não lhe beijo, que você não me beija?Eu não prestava mais atenção em seu rosto, ultimamente.
Mais uma vez, estamos sós, lado a lado.
E mais uma vez você não se mostra
Aborrecida ou surpresa com isso.
Levei muito tempo para entender o que você planejava.
Deito mais uma vez na cama e não insisto para que você fique
nela.Imagino que você deve ter explicação da ausência,
Mas sua imobilidade é provavelmente para não me alertar de nada.
E assim você sabe que eu sei que tudo isso é fruto da nossa imaginação.
Acreis, 17/09/2012, Sta Cruz/RJ
Semilouca, Você Me Sorri
"Totalmente louca, você me sorri ..."
Semilouca, você me sorri
E o meu sorriso de aceitação
Fica preso em seus lábios.
Agradável deslize...
Minha maneira de expressar sentimentos!
Vivo me escondendo novamente em cavernas,
Estranha escuridão que me deixa contente.
Você se aproxima e eu volto a respirar meigamente.
Acreis, 17/09/2012, Sta Cruz/RJ
Semilouca, você me sorri
E o meu sorriso de aceitação
Fica preso em seus lábios.
Agradável deslize...
Minha maneira de expressar sentimentos!
Vivo me escondendo novamente em cavernas,
Estranha escuridão que me deixa contente.
Você se aproxima e eu volto a respirar meigamente.
Acreis, 17/09/2012, Sta Cruz/RJ
Estranha Imagem
Estranha imagem fatal
Comendo a fome
Evitando defender-se
Preservada mentira
Engasgada e decidida
Porém agradável
Estranha proeza
Brincadeira que apavora
Que reflete o último tribunal
Do seu adeus por mim
Acreis, 17/09/2012, Sta Cruz/RJ
Língua Lânguida
"Apenas fiques ali sentada, em silêncio..."

Não me faças mais caretas,
Apenas fiques ali sentada, em silêncio.
Espreguices tuas lembranças,
Mas não me roubes mais
O amor que sinto por ti.
Porque não tenho mais argumentos
Para tantas lágrimas...
Por que te amo desenfreadamente?
Ando procurando dias mais brandos
Para tomar decisões,
Fechado em meu quarto,
Sob uma lâmpada azul,
Para transformar, tentar transformar,
Tu em ninguém...
Porém, fico furioso pelo insucesso,
Porém, furiosamente admito outra enrascada,
Agora sem mais argumentos para lágrimas.
E tu apareces, roçando teu corpo no meu,
Derretidinha por mim, língua lânguida,
Que perspicaz me lambe e lambe,
Envolvendo-me, engulindo-me,
Agraciando todo o meu corpo e alma.
Acreis, 17/09/2012, Sta Cruz/RJ
P/ Iolanda.
domingo, 16 de setembro de 2012
D. Janaína
D. Janaína
Sereia do mar
D. Janaína
De maiô encarnado
D. Janaína
Vai se banhar.
D. Janaína
Princesa do mar
D. Janaína
Tem muitos amores
É o rei do Congo
É o rei de Aloanda
É o sultão-dos-matos
É S. Salavá!
Saravá saravá
D. Janaína
Rainha do mar.
D. Janaína
Princesa do mar
Dai-me licença
Pra eu também brincar
No vosso reinado.
Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor.
Wolfgang Amadeus Mozart
Wolfgang Amadeus Mozart
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
João Dezoito
" Bebo cachaça e como Biscoito..."
Meu nome é João Dezoito
Bebo cachaça
E como biscoito
Moro na Rua
Do sobe e Desce
Onde o número
Desaparece
Grito até perder a voz
Ah Jesus
Olhai por nós
Acreis, 06/09/2012, Sta Cruz/RJ
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Baile
" Passo pelas frestas dos seus olhos..."
Passo pelas frestas dos seus olhos
e com palavras construo carruagens,
anões, bruxas e princesas
para o baile do seu aniversário.
Bolinhos de chuva para os dias de chuva!
A sua fotografia é a minha televisão,
visões de sombras penduradas em rochedo.
Comprei duas cadeiras no cinema
para qualquer noite dessas,
antes do pôr do sol.
Veremos o abismo diante dos astros,
sonhos efêmeros dos oráculos,
trapos e imitações de almas.
Depois jantaremos peixes com pão,
e nosso paladar será de pura juventude.
Provaremos de tudo que não comemos,
serpentes severas e tudo que não fizemos
na vida. E mais mistérios.
Agudeza da alma com vegetais salpicados de moedas!
Meu tesouro escondido nas ventanias!
Meu amor, vício da minha língua!
Acreis
Sta Cruz/RJ, em 01/03/2012
Para Iolanda, avec amour!
domingo, 9 de setembro de 2012
PAGODE
" Onde é o meu quarto ? "
-Onde é o meu quarto ?
-Qual?... O do pagode de anteontem ?
Paro ,então, no meio da sala e te olho com olhos de sono...
E você desnuda-me com olhar de Neruda.
Acreis,20/08/2012. Santa Cruz,R J
-Onde é o meu quarto ?
-Qual?... O do pagode de anteontem ?
Paro ,então, no meio da sala e te olho com olhos de sono...
E você desnuda-me com olhar de Neruda.
Acreis,20/08/2012. Santa Cruz,R J
Embriaguez
"Então respondo: "é a embriaguez! "
Essa não é a primeira vez que escrevo
um Poema de Amor:
"Meu bem, meu benzinho,
não me batas à toa", você diz.
Então respondo: -é a embriaguez!
sábado, 8 de setembro de 2012
AO SÉTIMO DIA
"Quanto a meu amor, O luto lhe vai muito bem!"
Ao sétimo dia da minha morte
Rezo essa missa de uso,
Em Santa Rita de Jacutinga.
Minha alma está tão bonita!
Veste lilás e roxo escuro,
Andando com uma taça na mão.
Desatinada, ela canta
Tapando a boca,
Com olhos de quem já foi perdoada.
Quanto a meu amor,
O luto lhe vai muito bem!
Acreis
Sta Cruz, 01/03/2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Esta noite você não me escapa!
Com esse seu jeito de voltar o rosto
E olhar para mim.
Eu, que sempre impliquei com as coisas,
Não me sinto tão noturno ultimamente.
Você sempre chega à meia-noite,
De pé em pé, passando por detrás das cortinas,
Querendo me fazer surpresa,
Festejando tudo,
Falando- rindo para mim:
Vamos ter chuva!
Atravessa a varanda pelo fundo,
Mostrando o céu pela janela,
Percebendo que suas palavras
Fazem bem para mim.
Na sala de jantar conversamos sobre o amor.
Sua fisionomia é de quem adivinha tudo.
Esta noite você não me escapa!
Só você sabe do capetinha que está aqui...
Prestes a fazer travessuras
Próprias da minha idade.
Acreis
Sta Cruz, 01/03/2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Na Minha Casa Tem Um Coqueiro
"plantado no centro da sala..."
Na minha casa tem um coqueiro
plantado no centro da sala
um coqueiro que dá coco
Eu fico olhando para ele
sentado sozinho
na varanda da sala de jantar
O sol desce lentamente no horizonte
por uma estrada de fogo
e a lua vai se achegando feito viúva
a tomar encomendas de costura e engomagens
Em torno de mim só o coqueiro
- que diabo!
meu estômago anda irritado
com os alimentos...
Patroa, traga pra mim carbonato de magnésia!
O coqueiro lê num canto o meu pensamento
e eu vou na pontinha dos pés para o meu quarto
Sou muito caipira, muito caipira
não sei falar abertamente sobre minhas paixões
Toda a minha vida
todos os meus recursos,
sem ela, sem ela,
o que meu coração teria de espiritual e de puro?
Acreis, 13/03/2012, Sta Cruz/RJ
Para ela (Iolanda)
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Coisas vãs
"Nem tempo tive de olhar para as pernas..."
A minha amada
como ela fala bem
promovo um retrospecto protático
pelas câmaras ópticas
no esfíncter do cerebelo
Ora, pois,
bem mostra pelo bem que fala!
Eu a conheci estudante
Nem tempo tive
de olhar para as pernas
e gostei de ser conquistado
Acreis, 15/03/2012, Madureira/RJ
sábado, 1 de setembro de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Eu Amo
"É interessante o amor..."
Comecei a te amar há poucos dias.
E tu, já me amas também?
Sonhei que éramos duas rolinhas
que se beijavam com ternura.
E um mancebo, que olhava para nós,
disse: Eles se amam!
E uma menina murmurou apenas:
São felizes!
Serei eu o teu amor?
Não sei... talvez.
E a quem tu amas?
Serei eu?
É interessante o amor
que faz transbordar de glória
e entusiasmo a alma
do amante.
Acreis, 15/03/2012, Madureira/RJ
terça-feira, 28 de agosto de 2012
ENTREGUE A SEU AMOR
"Eu não a odeio, visto que a amo,"
Fui entregue, assim, a seu amor, sem conhecê-la.
Você comeu a minha pele e minha carne, e quebrou meus ossos.
Mas eu sou aquele que sabe sofrer
Porque sempre morei na escuridão,
Porque sempre fui amigo da morte.
E o que você faz é violentar-me com seus beijos,
Seu corpo perfeito de Virgem de Lorena,
Praticando pecados imperdoáveis,
Fazendo-me amá-la sujo de sangue,
Manchando minha alma de vermelho.
Eu não a odeio, visto que a amo,
Mas a condeno por amar-me,
Pois sempre me derruba e me esmaga,
Castigando-me para que não me afaste,
E não consigo ir, mesmo que assim queira,
Porque seus braços apontam as minhas faltas,
Porque você sabe o que fui.
Então expulsa logo do meu corpo o demônio do seu amor!
Faz-me amá-la como amo a mim!
E eu agradecerei por toda a minha vida
Toda a vez que vier me amar.
Acreis, 25/11/2010, Madureira/RJ.
Para Iolanda, avec amour.
domingo, 26 de agosto de 2012
citações de Federico Garcia Lorca
"Todas as coisas têm o seu mistério, e a poesia é o mistério de todas as coisas."
"A poesia não quer adeptos, quer amantes."
"A poesia é a união de duas palavras que nunca se supôs que se pudessem juntar e que formam uma espécie de mistério."
"A poesia é algo que anda pela rua."
"A criação poética é um mistério indecifrável, como o mistério do nascimento do homem. Ouvem-se vozes, não se sabe de onde, e é inútil preocuparmo-nos em saber de onde vêm."
Federico García LorcaEspanha1898 // 1936Poeta/Dramaturgo
"A poesia não quer adeptos, quer amantes."
"A poesia é a união de duas palavras que nunca se supôs que se pudessem juntar e que formam uma espécie de mistério."
"A poesia é algo que anda pela rua."
"A criação poética é um mistério indecifrável, como o mistério do nascimento do homem. Ouvem-se vozes, não se sabe de onde, e é inútil preocuparmo-nos em saber de onde vêm."
Federico García LorcaEspanha1898 // 1936Poeta/Dramaturgo
sábado, 25 de agosto de 2012
REFLEXÕES SOBRE ALGO
"quem descreve algo deve despir-se das vicissitudes..."
A autêntica imagem do que era uma exceção
vincula-se sob suspeita.
Tenho por costume ilustrar a existência do que é efêmero,
Não de tudo que existe,
mas daquilo se expressa como virtude.
Se eu negasse o caráter afetuoso de qualquer encanto, seria o pioneiro nessa arte.
Mas há, sempre, algo de digno na prudência,
em qualquer época,
Nas evocações das almas,
nas incorporações das personagens,
ou em simples gestos.
Sobremaneira, o que procuro aprimorar
é o teor do que é valioso,
como o clima de uma cena,
A forma como se escreve coisas íntimas,
prestigiando o que não foi estimado,
Superando o que ainda não foi imaginado nem sabido.
Sempre, com vigor incomum,
quem descreve algo deve despir-se das vicissitudes,
Transitando entre o verossímil e o encantado,
Desconhecendo o que sabe,
ousando encantar-se,
sem magoar o que se manifesta.
Não há fórmulas.
O que há é a imorredoura paixão, esplêndida,
presente sempre que é chamada,
Sem qualquer insistência,
avaliando o momento do afeto, somente.
Tem ainda os rituais,
de maneira tal que,
agraciados, tornam-se verdadeiros,
Para revelarem vínculos sentimentais,
Incorporados a encantamentos.
Há diversas razões para se buscar o deleite:
Afugentar o que não se conduz,
de fato;
desfrutar o adequado
e adequar-se ao estimado.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
O Florista
"Por toda parte, flores..."
Por toda parte, flores.
Ramos de lilases, delfínios,
ervilhas-de-cheiro e cravos aos montões.
Íris e rosas também.
O florista aspira o suave aroma do jardim.
O mundo torna-se agora perfeitamente silencioso
e um bando de beija-flores cruza o céu,
e os sinos batem doze vezes.
Negros guarda-sóis abrigam o florista,
que traz nas mãos seu caderno de orações,
e a esquisita sensação de estar invisível.
A imagem da límpida aurora no campo
estampa-se em livro aberto,
mostrando que é muito perigoso viver.
Sem a antiga amargura, ele, o florista,
relembra a cena do jardim,
onde passeia com uma frecha cravada no coração.
Havia nele algo de pássaro,
azul-verde, leve, vivaz.
Às voltas com suas coisas
o florista vai à ópera,
onde ele próprio compra as suas flores.
Acreis, Sta Cruz/RJ 14/04/2011
terça-feira, 21 de agosto de 2012
domingo, 19 de agosto de 2012
Perde e ganha (Ferreira Gullar )
Vida tenho uma só
que se gasta com a sola de meu sapato
a cada passo pelas ruas
e não dá meia-sola.
Perdi-a já
em parte
num poquer solitário,
mas a ganhei de novo
para um jogo comum.
E neste jogo a jogo
inteiro, a cada lance,
que a vida ou se perde ou se ganha com os demais
e assim se vive
que é a mais pura perda.
Ferreira Gullar
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
O Despertar das horas
"em forma de desenhos,Profundamente desnuda"
De que maneira reivindicarei teus beijos,
Se a prudência afastou-se de mim por razões diversas?
Atribuo a mim mesmo o fracasso...
É verdade!
Eu, que era por ti estimado,
Tombei, vítima de não sei quais vicissitudes,
Pois, tantas que foram,
Não me foi possível a acuidade.
Suporto agora a dura distância,
Tentando reformular o que já não posso,
Reunindo costumes que já não são meus,
Direcionando para o invisível as águas barrentas das madrugadas.
Logo tu, que fostes para mim o oposto do medo,
Que me ensinavas que, embora tarde,
O barco sempre deve chegar ao cais.
A tua figura ainda mora em meu corpo.
A tua imagem afugenta a minha tristeza.
Lentamente as horas se vão
No manuseio das páginas escritas,
Mas sem espaços para as feridas ainda indiferentes.
Tuas idéias habitam a minha amargura,
Afogadas nas paisagens desses versos.
Toda a tua ternura ainda mora comigo,
Segura e em silêncio,
Escondida nas cartas, em forma de desenhos,
Profundamente desnuda.
Acreis, 20/11/2010, Santa Cruz/RJ
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