sexta-feira, 29 de abril de 2011

Duran Duran - Lay, Lady, Lay



Lay, Lady, lay,
Lay across my big brass bed.
Lay, Lady, lay,
Lay across my big brass bed.


What ever colours you have
in your mind,
I'll show them to you
and you'll see them shine.


Lay, Lady, lay,
lay across my big brass bed.
Stay, Lady, stay
stay with your man a while,
until the break of day
let me see you make him smile.


His clothes are dirty, but his hands are clean
and you're the best thing that he's ever seen.


Stay, Lady, stay,
stay with your man a while,
why wait any longer for the world to begin,
you can have your cake and eat it too.
Why wait any longer for
the one you love
when he's standing in front of you.


Lay across my big brass bed.
Stay, Lady, stay...


I long to see you in the morning light,
I long to reach for you in the night.


Stay, Lady, stay
stay while the night is still ahead.


Lay, Lady, lay... 
stay...stay...ah! Oh!

domingo, 24 de abril de 2011

Fingisse Eu Te Amar

                            "Não há prognóstico para o nosso amor." 


Fingisse eu te amar,
por mais decente a vontade,
não me conceituaria.
Tentasse ser expressivo,
ligeiramente loquaz,
cairia em escândalo.
Não teria a última palavra,
nem estilo,
por mais literato que fosse.
Te amo sem sátira,
solícito, mas com aspecto
de quem vive dando cambalhotas.
Sou escrivinhador provinciano,
às vezes zangado com a vida,
porém desdenhosamente eufórico
com ela.
Faço tempestades em papéis,
confeitados com improvisos incorrigíveis.
Fico espantado comigo,
pela impulsão de querer te amar
subitamente.
Meu alívio é de ter no bolso
uma ousadia desesperada,
versos em forma de franjas
que enfeitam teus travesseiros.
Tu és fogosa,
sentada na poltrona
de frente p'ra mim,
indizivelmente bela,
sempre com a sensação
de que estás nua,
mas na verdade vestida
ricamente de palavras.
Te amar não é tolice minha.
Te amar é ter esse riso diferente.
No assoalho em que deitamos,
ou no sofá onde dormimos,
nosso sono é sempre febril.
Não há prognóstico para o nosso amor.
Te amar é tempestade,
sem princípio nem fim,
somente minúcias íntimas.
Nossa vitória é secreta
e nosso amor é isolamento...
É inédito te amar,
a forma é estranha,
a sensação é espantosa.
O nosso amor é cruel,
sem contradições,
celebrado a cada beijo.
Dos pés à cabeça
nos damos,
na intenção de guardar
em estojos
os nossos olhos dos passeantes.
Decididamente te amo,
cercado por ilhas e montanhas,
pelos arquejantes abismos
do nosso espetáculo de incertezas.
Antigamente, quando eu não te amava,
era surpreendido por luminosas
e esplêndidas avenidas de enredos,
bruscamente sem horizontes,
vestido eu de molambos
e com os cabelos em gaforina...
E hoje eu te amo,
e tudo se ilumina,
tudo se torna casaco
nas noites de intenso frio
em que encarcerá-te-ei.



Acreis, 24/04/2011 - Sta Cruz/RJ.

A Sua Loucura

         "A sua loucura é feita de areia por onde passam os peregrinos"


Você adora ilustrar-se com tristeza profunda,
e fala de dignidade, prudência, em qualquer clima.
São costumes seus, de tal maneira que parecem vicissiitudes,
desejos íntimos, para superar, talvez, seus próprios prestígios.
Você aprimorou bem seus desenhos, que chega a despertar
versos que escreve acerca da amargura...
O afeto mentiroso mostra-se em rituais
que nem mesmo conhece;
são águas com asas que adentram vidraças,
que incutem amores efêmeros.
Qualquer existência, aliás, tudo que existe,
torna-se encantado quando visto nas cartas,
nas ruas escuras que levam às montanhas,
onde o medo é silencioso e os cristais são suspeitos,
por suas imagens incorporadas sem teor, sem ideias,
mórbidos na derradeira aurora.
A sua loucura é feita de areia por onde passam os peregrinos,
o seu punhal é um menino que toca flautas,
enquanto você se banha nas espumas.
Sortilégios do amor.
Pedras que formam veredas de neve,
serpentes com bocas que abrem e fecham lentamente.
O que você manifesta torna-se valioso,
mesmo as feridas estampadas em páginas,
oferecendo os frutos das madrugadas invisíveis,
sob as formas de figuras sem corpos,
nas evocações dos gestos,
na ternura serena dos espaços que a poesia desnuda da música
transforma em agonia.

Acreis, 24/04/2001.
Sta Cruz/RJ (chez moi).

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Chão de Giz----- Zé Ramalho

A Batalha de Deus contra Satã

                       "- Nunca compreendi a vontade de Deus..."  
- 
- A chave para o coração de uma mulher é a afeição.
- Mas não há homens leais!
- É mais fácil matar uma pessoa se estiver ao lado dela.
- Sempre haverá boatos...
- Satã fez coisas ruins que não devia, que pensava ser bondade.
- Porém Deus luta desarmado e Satã tem soldados!
- Sabe-se que os inimigos são mais fracos no escuro e o sol nasce em minutos...
- Algumas derrotas na guerra devem ser esperadas e elas tornam mais doces as vitórias.
- Deus nos dará pão, cerveja e a absolvição de todos os pecados.
- Implorei por ajuda em todas as minhas vidas e Satã me ouviu. Não riu de mim.
- As mulheres quase todos os dias são mortas como bruxas.
- Rezemos para Deus estar de bom humor!
- Não estamos todos salvos!
- O fim está à vista!
- Satã é filho de um ladrão com uma prostituta...
- Tudo é questão de vida e morte e seu filhos morrerão no inferno por seus pecados!
- Todas as mentiras de Satão são do meu interesse...
- Deus tem outras preocupações neste momento!
- Pessoas de bom coração temem a Deus...
- Deus é um som de uma imagem...
- O fedor do inferno é horrível, mas o cheiro da vitótia é doce...
- Nunca compreendi a vontade de Deus...
- Minha única esperança é que Satã seja derrotado!
- Nessa hora estarei de joelhos cantando louvores a Ele...
- Deus mandará Satã para uma cilada e ele será enforcado!
- Os homens de Satã estão vindo para ajudá-lo...
- Será preciso esforço, mas Deus está do nosso lado.
-  Tem-se mais simpatia por Satã do que o mundo imagina!
- Deus exige obediência e reconhecimento público dele como Rei!
- O que se escreve hoje pode-se apagar amanhã...
- Tudo que Satã tem a dizer é que nunca traiu Deus, e será perdoado...
- Se Deus tem planos, não estão funcionando bem!
- Faça suas pazes com Deus, Satã!
- Ele era meu amigo. Ele me deu este mundo!
- Parece impossível. Ele não quer ser substituído...
- Anuncio a confirmação!
- Que assim seja!

Acreis, Sta Cruz/RJ, 22/04/2011
(Sexta-Feira Santa)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Diana Krall - Just The Way You Are


Don't go changing, to try and please me
You never let me down before
Don't imagine you're too familiar
And I don't see you anymore
I wouldn't leave you in times of trouble
We never could have come this far
I took the good times, I'll take the bad times
I'll take you just the way you are

Don't go trying some new fashion
Don't change the color of your hair
You always have my unspoken passion
Although I might not seem to care

I don't want clever conversation
I never want to work that hard
I just want someone that I can talk to
I want you just the way you are.

I need to know that you will always be
The same old someone that I knew
What will it take till you believe in me
The way that I believe in you.

I said I love you and that's forever
And this I promise from the heart
I could not love you any better
I love you just the way you are.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ouvindo Estrelas

    "E eu lhe contemplo e vejo você como uma lua olhada da praia..."  



Vejo você contemplando estrelas,
dizendo para mim os nomes delas,
as mais brilhantes:
Sirius, Vega, Capella, Antares, Atria...
Alhena, Polaris, Cor Caroli, Zeta...
Epsilon, Delta Orionis...
Estas últimas você me disse
são as estrelas do Cinturão de Orion.
Esse momento é de uma noite de janeiro
em que há o peso de todas as noites.
Enquanto você se olha no espelho do céu,
passando as mãos nos cabelos, assim,
nesta noite de verão,
as ondas da praia se juntam,
balançam e tombam...
E os cães, lá longe, ladram, ladram...
Você se deita n'areia
como uma virgem que protege a sua castidade...
E eu lhe contemplo e vejo você
como uma lua olhada da praia,
terrivelmente bela...
Você caminha n'areia
carregando nos braços a própria vida,
e seu olhar foge como um pássaro
que toca um ramo e logo alça vôo.
Você me chama em auxílio,
como uma rainha cujos guardas adormeceram,
deixando-a sem proteção.
As ondas da praia dizem:
adiante, adiante...
Andamos então como quem colhe amoras ao sol.
- Leva-me contigo para uma longa viagem?
Dentro das nossas almas uma estranha luz
corre cortinas, escancara janelas e portas,
e nos vemos à entrada de intermináveis avenidas,
por onde poderemos vagabundear.
Assim,  nesta praia e sob o ceú estrelado
vamos nos libertando de todas as nossas máscaras.

Acreis, Sta Cruz/RJ, 19/04/2011
P/ meu amor Iolanda.

Árvore da Vida

"...como aqueles botões da árvore da vida, que antes eram flores da escuridão..."


Pelo correio do pensamento
te mando uma mensagem da máxima importância,
como um trem que sai de um túnel
à procura de tua estranha beleza.


Tu cantas o canto das cigarras
para dar vida às árvores.
Ah! O amor me deixa tão solitário...


Os teus olhos, depois de riscarem
a sua trajetória na noite,
somem no meio da escuridão,
desaparecendo nas casas e colinas,
sem cor nem janelas.


Te encontro à margem de um rio
onde passeiam os mortos.
Ali está a tua mão.
Ali estão os mortos,
já que a morte não existe.


Te vejo perto daquela gente vagarosa,
que me olha tão vagamente,
sob a carícia da brisa.


Ainda não se sabe nada da vida!


Esta noite quero sentir
na flácida pele da tua face desgatada
o beijo da compaixão,
pois a vida não tem nada a ver com rosas.


Nossos momentos são esses,
como aqueles botões da árvore da vida,
que antes eram flores da escuridão.


Acreis, Madureira/RJ, 19/04/2011
Para Iolanda, avec amour.

domingo, 17 de abril de 2011

"Confeitaria Colombo" - 140x140 - acrílica s/ tela



Paulo Reis

Profissão: Artista Plástico
Modalidades: Pintura e Escultura
Técnicas: - Acrílica sobre Tela 
         - Óleo sobre Tela             
  - Escultura e Entalhe sobre Madeira a Base de Acrílica
Cidade Natal: Carangola - MG  

blog do artista

A Floresta de Folhas

"As árvores estão melhores do que imaginávamos "


Chegamos. As árvores estão melhores do que imaginávamos.
Vamos ver as coisas, desfazer as malas,
na casa em que o tempo esqueceu.
As minhas chaves? Achei! Estavam na cabeceira da cama.
Vamos jantar molho de tomate com mel
e depois brincar seriamente com a vida.
Há um mundo fantástico ao nosso redor,
onde seres invisíveis desvendam segredos
e nos chamam de amigos.
Nunca antes este mundo fantástico
havia saído do baú
e deixado soltos seus gnomos.
O sol bate no jardim onde crianças passeiam.
As flores estão calmas.
Quando se sabe mais do que se deve
corre-se  perigo de vida,
anda-se com um olhar embebido
e os segredos colocam-nos em silêncio.
Os pássaros gritam: vingança ou morte!
E, na língua dos elfos, evocam todos os bichos
que morreram.
Olhemos a lua para que tudo dê certo.
Flores mágicas nos abraçam
e eternizam o nosso amor.
Vamos entrar? Voa, o quanto pode!

Acreis, 17/04/2011
Sta Cruz/RJ.


sábado, 16 de abril de 2011

humor

A Idéia

Augusto dos Anjos

De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...

Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.
biografia 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

cassia eller e nando reis relicario




É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o A de que cor?
O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou
E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Como um gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou
O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso deste amor
Corre a lua porque longe vai?
Sobe o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite
Porque está amanhecendo?
Peço o contrario, ver o sol se por
Porque está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for
Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura: o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou
O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor, ôôôô...
O que você está dizendo?
Um relicário imenso deste amor
O que você está dizendo?
O que você está fazendo?
Por que que está fazendo assim?
...está fazendo assim?

O Seu Beijo

"então te seguro pela nuca e você me beija demoradamente"

Hoje eu vou ficar em casa
haja o que houver
mas hoje eu vou ficar em casa
vou ligar para você
que virá
vestida de estudante
com as mãos abertas
tão aflita
e dirá assim:
"é hoje, mereço um beijo?
preciso de dinheiro amanhã..."
então te seguro pela nuca
e você me beija
demoradamente
e depois do silêncio da admiração
ficaremos assombrados
e beberemos canjirão
e leremos jornal
e dormiremos pelados.

Acreis, Sta Cruz/RJ
P/Iolanda, no Dia do Beijo
13/04/2011
"Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido."
-- Jean Rostand

domingo, 10 de abril de 2011

Oye Como Va - Carlos Santana

JOVEM MENINA

                                     "  a menina então insiste em seduzir,"

Toda a suavidade fascina
O que claramente dormia.
Ela, a menina no campo,
Graciosa e desafiadora, surge em imagem
Entre os cochichos das flores, 
Para, na agonia das lágrimas,
Recordar todos os lamentos.
A lucidez resplandece todo o silêncio
Das mensagens, a menina então insiste em seduzir,
Pacientemente, o som de uma concha.
Acorda, então, estreitando as ventanias,
Ansiosa e sufocada, em um planeta cinza,
Selvagem, em sua memória surrealista.
A inocente jovem, que procura lembranças
Nos espelhos de seus olhos,
No vermelho de seu sangue,
Na estranheza de sua origem,
Suavemente mostra sua habilidade
De curandeira, quando, de forma estranha,
Delineia no céu os percalços da vida.


Acreis, 21/11/2010, Madureira/RJ

quarta-feira, 6 de abril de 2011

São efêmeras as horas

"São efêmeras as horas,"



São efêmeras as horas,
as existências,
tudo que existe.
Se eu negasse o caráter afetuoso
do encanto das cartas,
com palavras escuras, montanhas,
teria medo.
O silêncio abraça os cristais
com vigor incomum,
avaliando o que se suspeita,
em um ninho de fumaça
que lentamente se manifesta imorredoura.
Em um barco, entre outros bens valiosos,
vão as minhas feridas,
estampadas em páginas,
como as madrugadas
com seus frutos invisíveis.
Sob todas as formas,
as tardes em que nascemos se afiguram
às imagens dos gestos, ideias,
ternuras e espaços serenos.
Meu olhar desenha o despertar
florescente da aurora,
na desnuda poesia musical,
para buscar o afeto
dos costumes íntimos,
incorporando um personagem desconhecido,
que representa um cigano afogado.

Acreis, 06/04/2011
Sta Cruz/RJ

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